sexta-feira, 31 de outubro de 2008

You are not as fat as you imagine.


É fato que a maioria das pessoas que vão passar um tempo no exterior retornam com uns kilinhos a mais... há até quem diga que a água na Europa é que engorda.

Meus caros, a água não engorda em nenhum lugar do mundo. Acredito que o motivo de engordar no exterior não se deve a um só fator, mas a um mix deles...

Primeiro que o clima é outro. Em alguns países, como na Irlanda, as temperaturas são, em regra, mais baixas do que aquela que o teu organismo esta habituado, assim, ele "pede" mais comida para manter a temperatura habitual. Alem disso, o frio favorece muito mais aqueles programas caseiros que nos fazem comer como gordinhos tensos.



Segundo, medo e saudade = ansiedade. E não porque a maioria dos seres ansiosos costumam atirar-se avidamente sobre uma torta de chocolate. Num processo perverso, a vítima pode engordar mesmo com a boca fechada. O processo corre a sua revelia, porque a tensão contínua faz o organismo liberar, em maior quantidade, dois hormônios responsáveis pela obesidade a adrenalina e a cortisona. Quanto mais tensão, maior o risco de engordar.

Terceiro: estando no exterior, a pessoa acaba comendo mais porcaria do que comida porque é muito mais barato. Isso certamente vai te levar aquela loja do Mcdonalds que vende promoção do big mac a 4.50 euros. A comida no supermercado é barata, da pra comer bem se tu comeres e cozinhares só em casa, com excessão de frutas e verduras que são um pouco mais caras, o resto é tudo muito barato, convertendo para reais acaba dando mais ou menos o que pagamos nos supermercados no Brasil. Isso não vale para a carne aqui, que é muito cara(mesmo em supermercados), o que diminui as inúmeras opções de pratos para fazer baseado em baixas calorias. E é ai que eles aparecem... malditos carboidratos! Pães, biscoitos, massa com molho vermelho, com molho branco, com molho de atum, de nata, quatro queijos....

Dica: não se apavore se você, assim como eu, se identificou com tudo o que foi citado a cima. Se cuide, se policie e não abuse pois além de estar colocando em risco o seu corpito, está brincando com uma coisa muita preciosa que é a sua saúde. Mas por favor, PERMITA-SE. Permita-se dar uma engordadinha(eu disse INHA).


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A saudade.

Desde que decidi vir pra cá eu sempre soube que sentiria muita saudade das pessoas que eu amo. Mas a verdade é que quando tu tens o mundo te esperando pra uma visita, o fato de pensar na saudade que se sentirá estando longe não é o foco principal. Quem conviveu comigo antes de eu vir pra cá sabe que eu pouco falava na viagem. As pessoas me perguntavam por que eu não falava muito, mas na verdade eu não sabia bem... Acho que devia ser porque queria viver todos os momentos sem pensar que eles eram os últimos dos próximos meses...

Quando se tem 19 anos de idade, a gana de sair de uma cidade interiorana e cair no mundo é enorme. Sabe-se o elevado numero de jovens viajantes que tem pelo mundo afora. Pensar na saudade, na família e nas amigas que vão ficar longe é quase um desaforo. Que nada! Isso é quase um insulto, principalmente num país onde poucas pessoas têm a oportunidade de fazer uma viagem onde se gasta muito, e em euros.

E então eu vim. Vim pra um país de primeiro mundo, e logo de chegada já entendi o porquê do titulo, mas perdoe, a saudade é inevitável.

Na gramática Saudade é substantivo abstrato, tão abstrato que só existe na língua portuguesa. Os outros idiomas têm dificuldade em traduzi-la ou atribuir-lhe um significado preciso: Te extraño (castelhano), J'ai regret (francês) e Ich vermisse dish (alemão). No idioma inglês encontramos várias tentativas: homesickness (equivalente a saudade de casa ou do país), longing e to miss (sentir falta de uma pessoa), e nostalgia (nostalgia do passado, da infância). Mas todas essas expressões estrangeiras não definem o que sentimos, são apenas tentativas de determinar esse sentimento que nós mesmos não sabemos exatamente o que é, só sabemos que dói muito mais que torcer o tornozelo, trancar o dedo numa porta ou bater com o queixo no chão.

Aqui, eu aprendi a ter saudade de coisas mínimas, coisas que diante dos nossos olhos se tornam invisíveis no dia-a-dia, mas que com a distancia aprendemos a enxergá-las novamente. Aqui eu aprendi a ter saudade até do que me irritava, como da inquietude do meu cachorro ou do meu pai pedindo um abraço depois de voltar suado do futebol. Eu sinto falta das pessoas. Eu sinto falta das minhas amigas, das nossas programaçoes, das visitas inesperadas que elas faziam na minha casa(talvez nao saibam o quanto aquilo me deixava feliz), dos nossos mates, nossas confidências e risadas gostosas que eu só do com elas, porque nem aqui, nem em qualquer lugar do mundo, alguem vai conseguir subsitui-las. Sinto falta de todas as refeições com a minha família. Eu sinto falta do sorriso, da meiguice e do cheirinho da minha mãe. Eu sinto falta das conversas diárias com meu pai, de ouvir ele entrando todas as noites no meu quarto pra ver se já adormeci. E sinto muita, muita falta dos beijos e abraços diários destes dois. Eu sinto falta das intermináveis perguntas antes e depois das festas(onde tu vai, com quem, que horas tu voltas, que horas chegasse em casa). Eu sinto falta das comidinhas gostosas da Fátima e das cheiradas do meu cachorro. Eu sinto falta de cruzar com meu irmão pela casa e trocar alguma idéia sobre um assunto qualquer, ou de ver minha irmã chegar em casa de Porto Alegre nos finais de semana. Eu sinto falta dos meus avós. E eu sinto muita falta da pessoa que fez com que essa viagem hoje esteja sendo mais colorida. Uma pessoa que fez eu descobrir em mim uma nova Elisa e que esta comigo em cada segundo que passa... e a qual eu dedico o título deste blog, dizendo "antes de ti, yo no era yo".

A saudade só não mata porque tem o prazer de torturar. E acreditem, ficar longe de vocês é uma tortura. Até logo.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Segurança em Sevilla

Por que caminhos você vai e volta? Aonde você nunca vai ? Em que esquinas você nunca para? A que horas você nunca sai?

Aqui em Sevilla eu moro em Triana, um bairro antigo. As ruas sao muito estreitas, mal passa um carro e nao tem calçada para caminhar. Em alguns lugares do mundo, como no Brasil, essa rua seria uma rua perigosa, mas aqui ela é segura, limpa, e se eu sair as 2 da manha para dar uma caminhada por ela sozinha, nada vai me acontecer(a principio, pois qualquer lugar exige medidas de segurança mínimas). Essa tranquilidade que tenho aqui eu nunca tive antes... e isso faz com que eu me sinta uma cidadã de verdade, livre para usurfruir de um mundo que também é meu, sem medo, sem paranóias.



Esse final de semana fui a Portugal. Retornei no domingo as 5 da manha na rodoviária daqui de Sevilla. Ela nao fica muito longe da minha casa, entao decidi voltar caminhando. Lógico que nao da pra arriscar assim sempre, mas como eu imaginava, cheguei em casa sã e salva, sem marginais na rua ou qualquer coisa que te de medo ou te faça atravessar para o outro lado da calçada. Importante ressaltar que me refiro a segurança na parte de moradia, de quem mora aqui mesmo, pois para turistas ja é mais perigoso. Cuidado principalmente onde tem aglomeraçao de turistas, naqueles pontos turísticos mesmo, sabe? É o lugar prediletos dos criminosos.

Outro ponto interessante relacionado a segurança aqui na Espanha é a segurança no transito. Tu nao vais ser atropelado por um carro pois eles simplesmente param para que tu passe, em qualquer lugar, a qualquer hora. A faixa de pedestres aqui é muito respeitada, tanto pelos condutores quanto pelos pedestres. O que quero dizer é, quando tem uma faixa de pedrestres, os carros param, SEMPRE. E por sua vez, os pedestres só atravessam em faixas de segurança.
Eu diria que aqui a possibilidade de ser atropelado por uma bicicleta(quando estiver distraido e sem querer caminhares pela ciclovia) é maior do que ser atropelado por um carro. Watch out with the bikes, man.