quarta-feira, 11 de março de 2009
De volta
Mancando e com muita dor, após a dupla check in + embarque, o primeiro voo foi realizado com sucesso, se não fosse o notebook que caiu do bagageiro bem em cima da minha cabeça... "I´m sorry", me disse aquele filho da puta que abriu o compartimento de bagagens... I´m sorry o cac$#%¨. Já emocionalmente abalada devido a desgraça do tombo de poucas horas atrás, o choro foi inevitável. Eu abri o berreiro no avião. Sai do voo com óculos escuros em plena noite no aeroporto Barajas de Madrid, e fui, juntamente com minha família, esperar o voo da meia noite com destino a São Paulo. Essas horas no aeroporto tinham tudo para ser infernais... mas acreditem, elas passaram num piscar de olhos. Estar acompanhada da minha família, até numa espera cansativa em aeroporto, se torna extremamente agradável. Matamos o tempo fazendo as últimas compras, lanchinhos e internet, até chegar a hora do segundo avião. Destino: São Paulo. Mais de 10 horas de voo até pisar em solo brasileiro. Usando capacete e armadura para evitar possíveis acidentes de percurso, eu finalmente cheguei inteira ao Brasil. As 9 horas da manha do dia 14 de Fevereiro, eu cheguei no aeroporto de Guarulhos-SP. Sensação indescritível... depois de 5 meses, eu estava voltando pra casa. Bom, antes de tentar descrever sensações indescritíveis vamos a espera do próximo voo. Destino: Porto Alegre. Mais umas horinhas esperando no aeroporto, a dupla check in+embarque de novo e ao meio dia o voo decolou. Borboletas no estômago! As 14 horas eu cheguei no aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre...foi quando eu vi a coisa mais linda do mundo, o meu namorado. Só ele e talvez pessoas bem próximas da gente saibam o quanto a gente sofreu esperando por esse momento...
A Europa é incrível, um continente encantador cheio de lugares e pessoas também encantadoras... essa viagem foi um presente dos meus pais e eu agradeço eles demais pela oportunidade. Todas as experiências vividas lá, todas as fotos que fiz cada vez que meus olhos piscaram, eu vou levar comigo pra sempre... Os momentos de alegria e também os de tristeza fizeram de mim uma pessoa melhor. A bagagem cultural que eu adquiri mudaram minha vida e meu conceito sobre muitas coisas. Cansada de só ler e ouvir falar, eu decidi ir e ver com meus próprios olhos. Viajar é incrível mas voltar pra casa, caro leitor, é melhor ainda...
domingo, 18 de janeiro de 2009
Meu irmão, meu par.
És parte da minha vida e da minha história e és, com certeza, um dos meus maiores orgulhos. Eu só tenho a agradecer por existires na minha vida, por seres meu parceiro, meu brother de todas as horas, meu conselheiro, meu amigo... te agradecer por toda paz que tu trazes a minha vida e a nossa casa. Eu torço pra que tu saiba usar a tua inteligência sempre para o bem e que sejas uma pessoa completamente realizada em todos os aspectos da tua vida, porque tu és mais que merecedor...
Quando tu era pequenininho ainda, eu te pegava no colo e te dizia que o chão era de areia movediça e que tu ia afundar se saísse do meu colo, lembra? Hehe... tu te segurava forte forte forte em mim, te enroscava feito um cipó, com medo de cair... Isso era porque eu não queria que tu saísse de perto de mim, do meu colo... Hoje eu não posso mais te segurar, porque tu ta maior que eu... mas eu posso te dizer que haja o que houver, eu vou estar aqui. Feliz aniversário, da irmã de sangue e alma.
sábado, 13 de dezembro de 2008
Os primeiros 20 anos
Dia 25 de Novembro eu completei 20 anos. Acredito que os primeiros 20 anos de uma pessoa são os mais longos... Daqui há 20 anos eu vou ter 40 e com certeza os 20 anos que começam agora e vão até os 40 vão passar muito mais rápido do que os que foram do meu nascimento até agora. Nesses 20 anos eu aprendi a falar, a engatinhar e depois a caminhar. Dei o meu primeiro passo, falei as primeiras palavras e aprendi a escrever... passei de centímetros pra metros, da pré-escola pra faculdade, de bebê pra criança pra pré- adolescente pra adolescente, e de adolescente pra adulta(adulta?).
Em 20 anos passei de passos de formiga para passos de gigante. De sapato 7 para sapato 37. Ganhei algumas cicatrizes e cresci, e não foi só de tamanho. Não lembro muito da minha infância. Não lembro do nascimento do meu irmão, mal lembro da entrada do Real ou do governo FHC. A impressão que eu tenho é que o tempo passou muito devagar até chegar aos 15, isso provavelmente deve-se ao fato de que quando somos crianças não temos muita noção de tempo. Dos 15 aos 18 foi mais uma etapa que pareceu bem longa, devido a espera ansiosa por mostrar a carteira de identidade verdadeira nas entradas de festas e da tão esperada carteira de motorista. Já dos 18 pra cá, caro leitor, voou, não é mesmo?
Nos próximos 20 anos eu não sei o que vai acontecer. Eu sei que não tenho mais nenhuma fase por passar, nem muito o que crescer, nem muitos números de sapato para aumentar... Agora estou de frente com o inicio da vida de adulto, aceitando todas as verdades. Viver sem dormir em lençóis bordados com patinhos e pombinhas, saber que o mundo é injusto e que as pessoas que você perde na verdade não viram anjinhos com asas. As moedas de chocolate passam a ser moedas de verdade, aquelas brincadeiras de trocar fralda de boneca provavelmente se tornarão realidade... Eu dou as boas vindas as chaves do carro, a lista do supermercado, as receitas do médico, ao talão de cheques, aos cartões de crédito, aos cartões de identificação, as contas a pagar, a declaração de impostos, a declaração de bens, aos passwords do meu computador, ao tcc, ao mestrado, ao doutorado, aos casamentos e aos baptizados. Eu dou as boas vindas a minha vida de adulto e a todas as coisas boas que ela vai me trazer. Indispensávelmente, eu deixo vivo meu lado criança para que ele possa se manifestar e produzir grandes idéias. Nem pior nem melhor que os 20 primeiros anos, os próximos serão apenas diferentes. Que a paz esteja comigo sempre.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Pérolas...
Toninho diz:
oi elisabete tudo bem to roxa de saudade que nem beterraba, sou eu
Depois pedi pra ela aceitar meu pedido para exibiçao de webcam...
Toninho diz:
COMO É A YURB CAMP?
Eu tentei explicar...
Elisa diz:
eu te mandei o convite
Elisa diz:
coloca ai aceitar
Toninho diz:
ACEITAR
Tentei de novo...
Elisa diz:
nao mae tu tem que clica ai em aceitar
Elisa diz:
elisa esta te enviando exibiçao de webcam
Elisa diz:
entendeu?!
Elisa diz:
e ai tu tem que clica em aceitar ou accept algo assim
Toninho diz:
ELISA ESTA ENVIANDO EXIBIÇAO DE YURBCAMP
Depois de 15 minutos ela conseguiu...
Elisa diz:
conseguisse!
Toninho diz:
ACHEI ALELUIA ALELUIAAAAAAAAAAAAAAA
Elisa diz:
hahahahaha
Elisa diz:
demoro eim
Toninho diz:
PO VIU QUE EU NAO SOU TAO ANTA ASSIM
Enquanto isso com a minha irmã...
Aline diz:
eu nao te mandei convite pra camera
Aline diz:
a elisa que te mandou
Toninho diz:
A ELISA ANDA CLICADA SABIA
Aline diz:
clicada?
Aline diz:
como assim?
Toninho diz:
UE NESTA TECNOLOGIA LA DA EUROPA
Foi entao que decidimos adicioná-la na nossa conversa...
Toninho diz:
Agora embananei, tem voces uma em cima da outra
Yurb camp? Clicada? Embananada?
Mãe, eu te amo...
domingo, 23 de novembro de 2008
Tudo que vai....
Uma vez Che Guevara disse “Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros”.
Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa muito calma, é difícil alguma coisa que faça eu perder o meu equilíbrio... é como se nada me apavorasse, nem mesmo o anuncio do fim do mundo. As vezes as pessoas se espantam, perguntam como posso ser tão calma diante de situações que qualquer outra pessoa ficaria no mínimo nervosa... talvez isso se deva ao meu pai que também é assim, nunca vi ele perder o controle ou a calma em nenhuma situação, por pior e mais apavorante que ela fosse... e ele sempre me passou isso. Ou talvez seja pela fé inabalável que tenho... sinceramente não sei, e também não sei se isso é bom ou é ruim... Mas diante uma injustiça, eu tremo. Esse é o meu ponto fraco.
De todas as calamidades que possa me afligir, a que mais dói é a injustiça. Desde muitos anos o Direito tenta definir o que é justiça, há milhares de doutrinas e teorias as quais levarei mais alguns anos estudando... mas não é preciso ter nenhuma bagagem cultural gigante, nenhum senso de justiça filosófico ou religioso pra saber do que estou falando. Não falo dessa justiça relativa, do que é justo para um e o que é justo para outro, se é justo ser preso ou ser absolvido... Falo agora daquela injustiça absoluta, que se vê com os olhos e que as vezes se sente na pele. “Não julgueis para não ser julgados.” Mas o fato é que julgamos, e que somos julgados o tempo todo... que muitas vezes erramos, e erramos com os outros, e que alguns erram com a gente. E isso dói, e julgar quem não tem o poder de defesa dói mais ainda. O que pretendo mostrar quanto à questão do julgar, é que as pessoas em seu dia-a-dia praticam e não sabem o alcance desta palavra que não fica unicamente no pensar, ou falar de alguém, mas de trazer repercussões muito mais fortes do que se imagina. Eu prefiro ser passada pra trás, prefiro cair, prefiro me arriscar, do que ter que acusar alguém sem ter certeza, não sei tirar conclusões de meias verdades. Pense setenta vezes sete vezes antes de atirar uma pedra... há uma força natural que rege o mundo, e ela se chama justiça. Tudo que vai, volta.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Explicando...
Tambem não quis generalizar quando disse que pessoas mais idosas nao deveriam dirigir. Como a Glenda falou, sua avó dirigiu até os 85 anos e nunca teve uma multa na carteira, o que é muito respeitoso. O referido post foi mais uma brincadeira com esse velho pensamento de que as mulheres no volante sao um desastre e talvez eu tenha sido mal interpretada.
Toda moeda tem dois lados. That's all.
domingo, 16 de novembro de 2008
O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra.
Em 1854, o presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Pierce, enviou uma carta ao cacique, Noah Sealth da tribo Duwamish, mais conhecido como Chefe Seattle, onde manifestava o interesse de adquirir a terra onde viviam aqueles índios. Resolvi postar aqui porque achei uma verdadeira prova de amor e respeito ao meio ambiente, é um pouco grande mas vale a pena ler...
Essa foi a resposta do Chefe Seattle:
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós. Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais. Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão. Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros. O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir.Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum.
É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos - e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos. Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnadas do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.
Onde está o arvoredo? Desapareceu.
Onde está a águia? Desapareceu.
É o final da vida e o início da sobrevivência."