sábado, 13 de dezembro de 2008

Os primeiros 20 anos


Dia 25 de Novembro eu completei 20 anos. Acredito que os primeiros 20 anos de uma pessoa são os mais longos... Daqui há 20 anos eu vou ter 40 e com certeza os 20 anos que começam agora e vão até os 40 vão passar muito mais rápido do que os que foram do meu nascimento até agora. Nesses 20 anos eu aprendi a falar, a engatinhar e depois a caminhar. Dei o meu primeiro passo, falei as primeiras palavras e aprendi a escrever... passei de centímetros pra metros, da pré-escola pra faculdade, de bebê pra criança pra pré- adolescente pra adolescente, e de adolescente pra adulta(adulta?).

Em 20 anos passei de passos de formiga para passos de gigante. De sapato 7 para sapato 37. Ganhei algumas cicatrizes e cresci, e não foi só de tamanho. Não lembro muito da minha infância. Não lembro do nascimento do meu irmão, mal lembro da entrada do Real ou do governo FHC. A impressão que eu tenho é que o tempo passou muito devagar até chegar aos 15, isso provavelmente deve-se ao fato de que quando somos crianças não temos muita noção de tempo. Dos 15 aos 18 foi mais uma etapa que pareceu bem longa, devido a espera ansiosa por mostrar a carteira de identidade verdadeira nas entradas de festas e da tão esperada carteira de motorista. Já dos 18 pra cá, caro leitor, voou, não é mesmo?

Nos próximos 20 anos eu não sei o que vai acontecer. Eu sei que não tenho mais nenhuma fase por passar, nem muito o que crescer, nem muitos números de sapato para aumentar... Agora estou de frente com o inicio da vida de adulto, aceitando todas as verdades. Viver sem dormir em lençóis bordados com patinhos e pombinhas, saber que o mundo é injusto e que as pessoas que você perde na verdade não viram anjinhos com asas. As moedas de chocolate passam a ser moedas de verdade, aquelas brincadeiras de trocar fralda de boneca provavelmente se tornarão realidade... Eu dou as boas vindas as chaves do carro,
a lista do supermercado, as receitas do médico, ao talão de cheques, aos cartões de crédito, aos cartões de identificação, as contas a pagar, a declaração de impostos, a declaração de bens, aos passwords do meu computador, ao tcc, ao mestrado, ao doutorado, aos casamentos e aos baptizados. Eu dou as boas vindas a minha vida de adulto e a todas as coisas boas que ela vai me trazer. Indispensávelmente, eu deixo vivo meu lado criança para que ele possa se manifestar e produzir grandes idéias. Nem pior nem melhor que os 20 primeiros anos, os próximos serão apenas diferentes. Que a paz esteja comigo sempre.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Pérolas...

Tudo começou quando ela abriu a janelinha do msn... (diz Toninho pois o msn é do meu pai)
Toninho diz:
oi elisabete tudo bem to roxa de saudade que nem beterraba, sou eu

Depois pedi pra ela aceitar meu pedido para exibiçao de webcam...
Toninho diz:
COMO É A YURB CAMP?

Eu tentei explicar...
Elisa diz:
eu te mandei o convite
Elisa diz:
coloca ai aceitar
Toninho diz:
ACEITAR

Tentei de novo...
Elisa diz:
nao mae tu tem que clica ai em aceitar
Elisa diz:
elisa esta te enviando exibiçao de webcam
Elisa diz:
entendeu?!
Elisa diz:
e ai tu tem que clica em aceitar ou accept algo assim
Toninho diz:
ELISA ESTA ENVIANDO EXIBIÇAO DE YURBCAMP

Depois de 15 minutos ela conseguiu...
Elisa diz:
conseguisse!
Toninho diz:
ACHEI ALELUIA ALELUIAAAAAAAAAAAAAAA
Elisa diz:
hahahahaha
Elisa diz:
demoro eim
Toninho diz:
PO VIU QUE EU NAO SOU TAO ANTA ASSIM

Enquanto isso com a minha irmã...
Aline diz:
eu nao te mandei convite pra camera
Aline diz:
a elisa que te mandou
Toninho diz:
A ELISA ANDA CLICADA SABIA
Aline diz:
clicada?
Aline diz:
como assim?
Toninho diz:
UE NESTA TECNOLOGIA LA DA EUROPA

Foi entao que decidimos adicioná-la na nossa conversa...
Toninho diz:
Agora embananei, tem voces uma em cima da outra



Yurb camp? Clicada? Embananada?
Mãe, eu te amo...


domingo, 23 de novembro de 2008

Tudo que vai....

Uma vez Che Guevara disse “Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros”.

Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa muito calma, é difícil alguma coisa que faça eu perder o meu equilíbrio... é como se nada me apavorasse, nem mesmo o anuncio do fim do mundo. As vezes as pessoas se espantam, perguntam como posso ser tão calma diante de situações que qualquer outra pessoa ficaria no mínimo nervosa... talvez isso se deva ao meu pai que também é assim, nunca vi ele perder o controle ou a calma em nenhuma situação, por pior e mais apavorante que ela fosse... e ele sempre me passou isso. Ou talvez seja pela fé inabalável que tenho... sinceramente não sei, e também não sei se isso é bom ou é ruim... Mas diante uma injustiça, eu tremo. Esse é o meu ponto fraco.

De todas as calamidades que possa me afligir, a que mais dói é a injustiça. Desde muitos anos o Direito tenta definir o que é justiça, há milhares de doutrinas e teorias as quais levarei mais alguns anos estudando... mas não é preciso ter nenhuma bagagem cultural gigante, nenhum senso de justiça filosófico ou religioso pra saber do que estou falando. Não falo dessa justiça relativa, do que é justo para um e o que é justo para outro, se é justo ser preso ou ser absolvido... Falo agora daquela injustiça absoluta, que se vê com os olhos e que as vezes se sente na pele. “Não julgueis para não ser julgados.” Mas o fato é que julgamos, e que somos julgados o tempo todo... que muitas vezes erramos, e erramos com os outros, e que alguns erram com a gente. E isso dói, e julgar quem não tem o poder de defesa dói mais ainda. O que pretendo mostrar quanto à questão do julgar, é que as pessoas em seu dia-a-dia praticam e não sabem o alcance desta palavra que não fica unicamente no pensar, ou falar de alguém, mas de trazer repercussões muito mais fortes do que se imagina. Eu prefiro ser passada pra trás, prefiro cair, prefiro me arriscar, do que ter que acusar alguém sem ter certeza, não sei tirar conclusões de meias verdades. Pense setenta vezes sete vezes antes de atirar uma pedra... há uma força natural que rege o mundo, e ela se chama justiça. Tudo que vai, volta.

Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão. (São Mateus 7, 1-5)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Explicando...

Amigos, amigas, família e pára-quedistas do google de plantao. Resolvi vir aqui me explicar sobre o post que fiz sobre motoristas, talvez não tenha me expressado bem. Eu nao quis de forma alguma generalizar e dizer que os homens sao ótimos motoristas e as mulheres não, pelo contrário, acho que muitas vezes as mulheres são muito mais atenciosas, cuidadosas e disciplinadas no transito. As mulheres sao mais inseguras e por isso acabam fazendo algumas barberagens mas tambem acabam por tornarem-se mais cuidadosas. Já os homens sao mais seguros, agressivos e impacientes, deve ser por isso que a maioria dos acidentes de transito são causados por homens(não sei ao certo as estatisticas). Deve ser por isso tambem que em alguns lugares o seguro de carro para mulheres é mais barato que para os homens, hm?
Tambem não quis generalizar quando disse que pessoas mais idosas nao deveriam dirigir. Como a Glenda falou, sua avó dirigiu até os 85 anos e nunca teve uma multa na carteira, o que é muito respeitoso. O referido post foi mais uma brincadeira com esse velho pensamento de que as mulheres no volante sao um desastre e talvez eu tenha sido mal interpretada.

Toda moeda tem dois lados. That's all.

domingo, 16 de novembro de 2008

O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra.



Em 1854, o presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Pierce, enviou uma carta ao cacique, Noah Sealth da tribo Duwamish, mais conhecido como Chefe Seattle, onde manifestava o interesse de adquirir a terra onde viviam aqueles índios. Resolvi postar aqui porque achei uma verdadeira prova de amor e respeito ao meio ambiente, é um pouco grande mas vale a pena ler...
Essa foi a resposta do Chefe Seattle:

"Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o Grande Chefe em
Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós. Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais. Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão. Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos.
E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros. O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir.Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum.
É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos - e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnadas do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.
Onde está o arvoredo? Desapareceu.

Onde está a águia? Desapareceu.
É o final da vida e o início da sobrevivência."

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Estaciona e espera passar.

Entre algumas das moléstias que a raça humana pode ter estão os maus motoristas. Eu nao quero ser preoconceituosa, de forma alguma, até porque me considero uma ótima motorista e tambem conheço muitas ótimas motoristas mulheres. Mas, ainda assim, creio que algumas mulheres no volante continuam sendo um grande desastre. E os velhos/as, ou pessoas de mais idade, para aqueles que se sentirem ofendidos.
Isso acontece por motivos muito simples. As mulheres nao conseguem ficar com as duas mãos simultaneamente no volante para dirigir. Elas estao sempre fazendo duas, quatro, oito, dezesseis, trinta e duas coisas ao mesmo tempo. Enquanto seguram uma mão ao volante, com a outra arrumam o cabelo, retocam o gloss, o rimel, o lapis de olho, mexem na bolsa, mandam mensagem pelo celular, atendem o celular, dao toque pelo celular, comem, fumam e limpam o óculos. Já as pessoas de mais idade com o passar do tempo perdem a agilidade e a atenção, dois requisitos basicos para dirigir com segurança. Não dão pisca pra dobrar a direita, pra dobrar a esquerda, pra sair, pra entrar, fecham o nosso carro, fecham outros carros ou acham que são os donos da rua, nao ficando nem a direita nem a esquerda, mas sim no lugar predileto deles, no meio.... Desculpem vovós e vovôs mas ta na hora de parar de dirigir, né?

Esses dias voltando da aula presenciei uma cena que me chocou.


Uma mulher fazia, ou melhor, tentava fazer uma baliza. Para quem desconhece, se faz uma baliza quando se estaciona um carro entre outros dois carros ou qualquer coisa que limite o espaço.
Bom, o que passou é que me deparei com esta assassina de carros, estacionando o carro de uma forma bastante peculiar. Quando ia pra frente dava uma batidinha no carro da frente. Logo engatava a ré e dava uma batidinha no carro de trás. Engatava a primeira e ia mais um pouquinho pra frente e novamente, bum no carro da frente. Colocou a ré, foi pra tras e bum no carro de tras. E assim foram repetidas vezes. Ou seja, o parametro que ela usava para ter que engatar a ré ou a primeira marcha, era justamente aquela batidinha que ela dava nos carros. E assim ela foi indo, destruindo impiedozamente o carro da frente, o de trás, o da frente, o de trás, e o seu próprio infeliz automóvel. Filha, nao se faz isso com os carros...

Maus motoristas ao volante parte dois: uso indevido de buzina. O código brasileiro de transito diz que devemos usar a buzina para alertas e que deve-se dar toques breves, suaves. Algumas pessoas a utilizam pra qualquer motivo, entre eles carros, motos, cruzamentos, engarrafamentos, velhas, velhos, crianças, crianços, outras mulheres, homens, engarrafamentos, atropelamentos, pessoas na contramão, velhos com crianças, crianças com velhos, bicicletas, velhos com crianças de bicicleta, crianças jogando bola, crianças no cruzamento, velhos no cruzamento, pessoas na contramão jogando bola com velhos e crianças, uma manada de búfalos atravessando a rua, bufalos no cruzamento, crianças montadas em búfalos, búfalos jogando bola e, principalmente, conhecidos na rua.

Se Henry Ford soubesse que um dia os carros poderiam sofrer esse tipo de trato, ele fecharia sua fábrica e abriria um botequim.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Juízo finalmente deu as caras...

Hoje passei o dia com uma dor torturante nos dentes... foi quando eu tive a brilhante idéia de abrir o bocão na frente do espelho... e lá, no canto esquerdo, ao fundo, eu vi... não precisei ter a cabeça muito aberta a novas experiências para imaginar que aquela bolinha branca era um dente e que ele tava dizendo "Ae, eu sou um dente, to de boa aqui" Sim, o meu siso nasceu e eu estou me sentindo como uma mãe que está parindo um filho e sentindo uma dor filha da puta. Ao mesmo tempo fiquei tao chocada de ver aquele objeto intruso na minha arcada dentária que me sinto uma mãe vendo nascer o primeiro dente do primeiro filho.

Os sisos (ou terceiros molares) são os últimos dentes a desenvolverem-se. O ser humano, em sua maior parte, tem quatro sisos, um em cada canto da boca. Normalmente desenvolvem-se entre os 16 aos 20 anos... não deve ser a a toa que o famoso dente do juízo chegou justamente no mês que vou completar meus 20 anos... A verdade é que se a coisa continuar andando assim, eu vou acabar perdendo os dois, tanto o dente como o juízo.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

You are not as fat as you imagine.


É fato que a maioria das pessoas que vão passar um tempo no exterior retornam com uns kilinhos a mais... há até quem diga que a água na Europa é que engorda.

Meus caros, a água não engorda em nenhum lugar do mundo. Acredito que o motivo de engordar no exterior não se deve a um só fator, mas a um mix deles...

Primeiro que o clima é outro. Em alguns países, como na Irlanda, as temperaturas são, em regra, mais baixas do que aquela que o teu organismo esta habituado, assim, ele "pede" mais comida para manter a temperatura habitual. Alem disso, o frio favorece muito mais aqueles programas caseiros que nos fazem comer como gordinhos tensos.



Segundo, medo e saudade = ansiedade. E não porque a maioria dos seres ansiosos costumam atirar-se avidamente sobre uma torta de chocolate. Num processo perverso, a vítima pode engordar mesmo com a boca fechada. O processo corre a sua revelia, porque a tensão contínua faz o organismo liberar, em maior quantidade, dois hormônios responsáveis pela obesidade a adrenalina e a cortisona. Quanto mais tensão, maior o risco de engordar.

Terceiro: estando no exterior, a pessoa acaba comendo mais porcaria do que comida porque é muito mais barato. Isso certamente vai te levar aquela loja do Mcdonalds que vende promoção do big mac a 4.50 euros. A comida no supermercado é barata, da pra comer bem se tu comeres e cozinhares só em casa, com excessão de frutas e verduras que são um pouco mais caras, o resto é tudo muito barato, convertendo para reais acaba dando mais ou menos o que pagamos nos supermercados no Brasil. Isso não vale para a carne aqui, que é muito cara(mesmo em supermercados), o que diminui as inúmeras opções de pratos para fazer baseado em baixas calorias. E é ai que eles aparecem... malditos carboidratos! Pães, biscoitos, massa com molho vermelho, com molho branco, com molho de atum, de nata, quatro queijos....

Dica: não se apavore se você, assim como eu, se identificou com tudo o que foi citado a cima. Se cuide, se policie e não abuse pois além de estar colocando em risco o seu corpito, está brincando com uma coisa muita preciosa que é a sua saúde. Mas por favor, PERMITA-SE. Permita-se dar uma engordadinha(eu disse INHA).


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A saudade.

Desde que decidi vir pra cá eu sempre soube que sentiria muita saudade das pessoas que eu amo. Mas a verdade é que quando tu tens o mundo te esperando pra uma visita, o fato de pensar na saudade que se sentirá estando longe não é o foco principal. Quem conviveu comigo antes de eu vir pra cá sabe que eu pouco falava na viagem. As pessoas me perguntavam por que eu não falava muito, mas na verdade eu não sabia bem... Acho que devia ser porque queria viver todos os momentos sem pensar que eles eram os últimos dos próximos meses...

Quando se tem 19 anos de idade, a gana de sair de uma cidade interiorana e cair no mundo é enorme. Sabe-se o elevado numero de jovens viajantes que tem pelo mundo afora. Pensar na saudade, na família e nas amigas que vão ficar longe é quase um desaforo. Que nada! Isso é quase um insulto, principalmente num país onde poucas pessoas têm a oportunidade de fazer uma viagem onde se gasta muito, e em euros.

E então eu vim. Vim pra um país de primeiro mundo, e logo de chegada já entendi o porquê do titulo, mas perdoe, a saudade é inevitável.

Na gramática Saudade é substantivo abstrato, tão abstrato que só existe na língua portuguesa. Os outros idiomas têm dificuldade em traduzi-la ou atribuir-lhe um significado preciso: Te extraño (castelhano), J'ai regret (francês) e Ich vermisse dish (alemão). No idioma inglês encontramos várias tentativas: homesickness (equivalente a saudade de casa ou do país), longing e to miss (sentir falta de uma pessoa), e nostalgia (nostalgia do passado, da infância). Mas todas essas expressões estrangeiras não definem o que sentimos, são apenas tentativas de determinar esse sentimento que nós mesmos não sabemos exatamente o que é, só sabemos que dói muito mais que torcer o tornozelo, trancar o dedo numa porta ou bater com o queixo no chão.

Aqui, eu aprendi a ter saudade de coisas mínimas, coisas que diante dos nossos olhos se tornam invisíveis no dia-a-dia, mas que com a distancia aprendemos a enxergá-las novamente. Aqui eu aprendi a ter saudade até do que me irritava, como da inquietude do meu cachorro ou do meu pai pedindo um abraço depois de voltar suado do futebol. Eu sinto falta das pessoas. Eu sinto falta das minhas amigas, das nossas programaçoes, das visitas inesperadas que elas faziam na minha casa(talvez nao saibam o quanto aquilo me deixava feliz), dos nossos mates, nossas confidências e risadas gostosas que eu só do com elas, porque nem aqui, nem em qualquer lugar do mundo, alguem vai conseguir subsitui-las. Sinto falta de todas as refeições com a minha família. Eu sinto falta do sorriso, da meiguice e do cheirinho da minha mãe. Eu sinto falta das conversas diárias com meu pai, de ouvir ele entrando todas as noites no meu quarto pra ver se já adormeci. E sinto muita, muita falta dos beijos e abraços diários destes dois. Eu sinto falta das intermináveis perguntas antes e depois das festas(onde tu vai, com quem, que horas tu voltas, que horas chegasse em casa). Eu sinto falta das comidinhas gostosas da Fátima e das cheiradas do meu cachorro. Eu sinto falta de cruzar com meu irmão pela casa e trocar alguma idéia sobre um assunto qualquer, ou de ver minha irmã chegar em casa de Porto Alegre nos finais de semana. Eu sinto falta dos meus avós. E eu sinto muita falta da pessoa que fez com que essa viagem hoje esteja sendo mais colorida. Uma pessoa que fez eu descobrir em mim uma nova Elisa e que esta comigo em cada segundo que passa... e a qual eu dedico o título deste blog, dizendo "antes de ti, yo no era yo".

A saudade só não mata porque tem o prazer de torturar. E acreditem, ficar longe de vocês é uma tortura. Até logo.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Segurança em Sevilla

Por que caminhos você vai e volta? Aonde você nunca vai ? Em que esquinas você nunca para? A que horas você nunca sai?

Aqui em Sevilla eu moro em Triana, um bairro antigo. As ruas sao muito estreitas, mal passa um carro e nao tem calçada para caminhar. Em alguns lugares do mundo, como no Brasil, essa rua seria uma rua perigosa, mas aqui ela é segura, limpa, e se eu sair as 2 da manha para dar uma caminhada por ela sozinha, nada vai me acontecer(a principio, pois qualquer lugar exige medidas de segurança mínimas). Essa tranquilidade que tenho aqui eu nunca tive antes... e isso faz com que eu me sinta uma cidadã de verdade, livre para usurfruir de um mundo que também é meu, sem medo, sem paranóias.



Esse final de semana fui a Portugal. Retornei no domingo as 5 da manha na rodoviária daqui de Sevilla. Ela nao fica muito longe da minha casa, entao decidi voltar caminhando. Lógico que nao da pra arriscar assim sempre, mas como eu imaginava, cheguei em casa sã e salva, sem marginais na rua ou qualquer coisa que te de medo ou te faça atravessar para o outro lado da calçada. Importante ressaltar que me refiro a segurança na parte de moradia, de quem mora aqui mesmo, pois para turistas ja é mais perigoso. Cuidado principalmente onde tem aglomeraçao de turistas, naqueles pontos turísticos mesmo, sabe? É o lugar prediletos dos criminosos.

Outro ponto interessante relacionado a segurança aqui na Espanha é a segurança no transito. Tu nao vais ser atropelado por um carro pois eles simplesmente param para que tu passe, em qualquer lugar, a qualquer hora. A faixa de pedestres aqui é muito respeitada, tanto pelos condutores quanto pelos pedestres. O que quero dizer é, quando tem uma faixa de pedrestres, os carros param, SEMPRE. E por sua vez, os pedestres só atravessam em faixas de segurança.
Eu diria que aqui a possibilidade de ser atropelado por uma bicicleta(quando estiver distraido e sem querer caminhares pela ciclovia) é maior do que ser atropelado por um carro. Watch out with the bikes, man.